Nos anos 1960, Cordeirópolis vivia um tempo de glamour, elegância e encontros sociais marcantes. A cidade, ainda pequena, transformava-se nas noites de festa do Cordeiro Clube, o centro da vida social da época, onde moda, música e tradição se encontravam em eventos que se tornaram parte viva da memória local.
O Jornal Expresso, através da coluna “Retratos do Passado” em edição de março de 2008, relembrou esse período de ouro ao destacar os desfiles de moda, os concursos de elegância e os bailes de gala que marcaram a história da cidade. Sob a liderança do saudoso Aguinaldo Dias, então presidente do clube, surgiram iniciativas que encantaram o público e movimentaram a sociedade cordeiropolense: o concurso “As Dez Mais Elegantes”, os desfiles de moda e penteados, os bailes de debutantes e o tradicional “Rainha dos Operários”.

“Eram festas maravilhosas, muito lindas e animadas, uma época saudosa de grandes bailes. Tenho certeza que quem participou daquela fase não esquece as noites majestosas”, recordou Aguinaldo Dias (in memoriam) em entrevista concedida ao jornal na época.
Esses eventos não eram apenas encontros sociais eram verdadeiros desfiles de costumes, beleza e comportamento. As jovens desfilavam com penteados altos, vestidos rodados e um brilho no olhar típico da geração influenciada por Elvis Presley e The Beatles. Os bailes, regados à música ao vivo e trajes de gala, representavam o auge da vida cultural e social da cidade.
Os registros fotográficos publicados na época mostram nomes que se tornaram ícones daquela geração: Ivani Leme Monetti, Neusa e Gusmar Carvalho, Jandira Carandina, Nélia Schiavetti, entre tantos outros. As imagens revelam uma época em que o requinte e o senso de comunidade se misturavam, e cada evento se tornava um marco na memória coletiva.
Moda, juventude e transformação
A moda dos anos 60 não foi apenas estética, ela simbolizou liberdade, ousadia e o início de uma nova mentalidade. O Cordeiro Clube acompanhava essa mudança: as festas tornaram-se vitrines para o novo comportamento feminino, em que as mulheres ganhavam destaque e voz em um cenário social que começava a se modernizar.
Os concursos, as homenagens e os bailes davam o tom de uma cidade em crescimento, que já mostrava traços do dinamismo que viria nas décadas seguintes. Era o tempo em que o glamour se expressava nas colunas sociais e nas edições especiais dos jornais hoje, guardadas como preciosas relíquias no acervo do Tá no Arquivo.


Mais que um evento social, aquele “toque de classe” simbolizava um estilo de vida, um período em que o simples ato de se reunir para celebrar a vida se tornava parte da identidade de Cordeirópolis.
