Yolanda Penteado: a “Caipirinha de Leme” que brilhou no mundo e nunca esqueceu suas raízes

Em Leme, a história não é feita só de fazendas, cafezais e ruas antigas. É também feita de personagens que levaram o nome da cidade muito além das nossas fronteiras. Uma dessas figuras foi Yolanda de Ataliba Nogueira Penteado, lembrada pela historiadora Cibele Arle como uma das mulheres mais marcantes da história lemense.

Foto: Museu Leme

Da Fazenda Empyreo para o mundo

Nascida em 6 de janeiro de 1903, na tradicional Fazenda Empyreo, Yolanda cresceu cercada de arte, cultura e poder. Filha de Juvenal Penteado e Guiomar Ataliba Nogueira, desde cedo conviveu com nomes como Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Oswald e Mário de Andrade.

De espírito livre, ousada e à frente de seu tempo, Yolanda chegou a viver um romance com Santos Dumont e cultivou uma amizade de vida inteira com Assis Chateaubriand, que a apelidou carinhosamente de “Caipirinha de Leme” — um título que ela carregava com orgulho, sempre lembrando suas origens.

Yolanda Penteado com Santos Dumont
Foto: Reprodução IA

Inovadora na Fazenda Empyreo

Quando a crise do café atingiu a região, Yolanda mostrou sua força. Transformou os campos da Fazenda Empyreo com novas culturas: algodão, bicho-da-seda e mandioca, ajudando a suprir a falta de trigo durante a guerra.
Mais tarde, investiu na cana-de-açúcar e fez da fazenda palco de grandes festas, que recebiam de artistas a políticos entre eles, Ronald Reagan, Vinicius de Moraes e Juscelino Kubitschek.

Arte, cultura e protagonismo feminino

Ao lado de Ciccillo Matarazzo, Yolanda foi fundamental para a criação do Museu de Arte Moderna de São Paulo e da 1ª Bienal de Arte de São Paulo (1951), que trouxe obras de 21 países e marcou história com a exibição de Guernica, de Picasso, em 1953.

Yolanda Penteado_Fazenda Empyreo

Também colaborou com Assis Chateaubriand na criação de museus regionais e doou parte de sua coleção ao Museu de Arte Contemporânea da USP.

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Amor por Leme

Mesmo vivendo no coração da elite cultural paulista, Yolanda nunca esqueceu Leme. Doou terrenos para a construção do clube de campo e de um campo de aviação, criou o Rancho Empyreo e foi provedora da Santa Casa.

Sua ligação com a terra natal foi tão intensa que, após sua morte em 14 de agosto de 1983, suas cinzas foram espalhadas justamente na Fazenda Empyreo,  símbolo eterno de sua vida.

Um legado que atravessa gerações

Yolanda Penteado foi retratada até em minissérie  “Um Só Coração” (2004) , mas, para Leme, ela continua sendo a mulher que levou o nome da cidade ao mundo sem nunca abandonar suas raízes.

 Como resume a historiadora Cibele Arle:
“Yolanda uniu aristocracia, inovação e generosidade. Representa uma época em que Leme esteve no centro da cultura e da arte, mas sem perder o vínculo afetivo com sua gente.”

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Acompanhe também o nosso canal e assista o vídeo especial de Yolanda Penteado.