Equipe de futebol dirigida por Durval Nevoeiro venceu o campeonato no município vizinho em 1954, seis anos depois da emancipação político-administrativa de Santa Gertrudes

Era final da década de 1940. Santa Gertrudes ainda respirava o ar fresco da emancipação política, conquistada em 1948. No dia 29 de agosto de 1949, a paixão pelo futebol ganhou novos contornos e uma rivalidade política mudou para sempre o rumo do esporte na cidade.
De um lado, Archangelo Soave, diretor do Santa Gertrudes F.C.; do outro, Durval Nevoeiro. Da divergência entre os dois nasceu o Esporte Clube Flamengo, que se tornaria símbolo de ousadia e glória.
O estatuto foi registrado em cartório em 13 de janeiro de 1950 e, logo depois, publicado no Diário Oficial do Estado. Na primeira diretoria, nomes que ficariam marcados na história:
- Durval Nevoeiro (presidente)
- Joaquim Pereira (vice)
- Albano de Oliveira Leitão (secretário)
- Walter Magalhães Rabelo (tesoureiro)
- João Talpo (diretor de esportes)
Também integravam o grupo: Oscar Rafael da Rocha, Oswaldo Rocha, Joaquim Simabuco, Vitor Lopes, Eugenio Secco e Guerino Codo.
O time em campo
Comandados pelos técnicos Ivo Gobbi e Flávio Ferreira, os jogadores formavam uma seleção de talentos que incendiava os campos: Dinho, Dinda, João Dadona, Orlando Giovanni, Irieu, Adamastor, Abissiça, Arquimedes, Assis, Luizinho Cattai, Jamil e João Indaia.

A cada jogo, a rivalidade crescia. Mas junto com ela também aumentava o orgulho da cidade em ter um time que desafiava limites.
A glória de 1954
Apenas quatro anos depois de sua fundação, veio o feito que entraria para a história. Em 1954, o Flamengo de Santa Gertrudes conquistava o Campeonato Amador de Rio Claro — título inédito que projetou o nome do clube e deu à cidade recém-emancipada um lugar de destaque no cenário esportivo regional.
Sob a liderança de Durval Nevoeiro, a conquista ecoou além das fronteiras municipais e tornou-se parte da identidade esportiva de Santa Gertrudes.
Memória preservada
Quem registrou cada passo dessa trajetória foi o pesquisador José Antonio Milani, o “Gancho”. Graças ao seu trabalho, a memória do Flamengo e de seus protagonistas não se perdeu. Hoje, essas histórias sobrevivem nos arquivos e na lembrança de quem viveu a época em que a bola foi capaz de unir corações, mas também separar caminhos.
Mensagem
“Aquela bola que rolou em 1954 ainda ecoa nos corações de quem viu o Flamengo escrever sua glória.”