A cerveja que nasceu em Cordeirópolis: memórias de uma fábrica esquecida

Pouca gente sabe, mas Cordeirópolis já teve a sua própria fábrica de cerveja. Um detalhe curioso e quase esquecido da história local que ajuda a mostrar como o município sempre teve espírito empreendedor.

Selo da cerveja Lucke. Segundo familiar, o selo teve erro ortográfico e saiu Luoke, o correto é Lucke.

Segundo relatos preservados no Tá no Arquivo e lembrados em reportagem de 2008, a cervejaria funcionava por volta de 1890, quando o então “Cordeiro” ainda era um pequeno distrito cercado por fazendas e colônias.

 Onde ficava a fábrica?

A antiga fábrica iniciava suas instalações na rua Carlos Gomes, na altura da atual farmácia Drogacentro, e seguia até a esquina com a rua Toledo Barros, onde na época havia a casa da família Pagoto. Era um quarteirão movimentado, que misturava comércio e inovação industrial.

Ali, em plena virada do século XIX para o XX, a produção de cerveja acontecia em escala regional, atendendo consumidores locais e das cidades vizinhas.

Foto criada por IA

A bebida e o contexto da época

Produzir cerveja no interior paulista no final do século XIX era ousado. A bebida, antes restrita a grandes centros e famílias endinheiradas, começava a se popularizar. Enquanto a produção artesanal crescia em pequenas cidades, grandes marcas ainda davam seus primeiros passos no Brasil.

O “Cordeiro” não ficou de fora desse movimento. A cervejaria local mostrava que havia espaço para inovação e prazer nos encontros sociais da época, seja nas festas populares, nos bailes ou nos bares que começavam a surgir.

O que restou?

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Com o tempo, a fábrica fechou suas portas. Não há registros exatos sobre sua duração, nem fotografias conhecidas de sua produção. Restaram apenas memórias orais, transmitidas por famílias e preservadas em entrevistas como a de Antonio Reinaldo Meneghin (in memoriam), que fazia questão de manter viva a lembrança desse pedaço da história.

Hoje, no local, restam apenas os comércios modernos. Mas o terreno guarda a marca silenciosa de uma das primeiras tentativas de industrialização em Cordeirópolis.

Um brinde à memória

Falar da antiga fábrica de cerveja é brindar ao passado da cidade. É lembrar que Cordeirópolis já ousava sonhar em produzir algo que unia pessoas e embalava momentos de convivência.

Quem sabe, um dia, essa memória não inspire novos empreendedores a escrever mais um capítulo dessa história com sabor local?

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Esta lembrança foi registrada no Jornal Expresso em 2008.
Veja a edição completa do jornal impresso da época