Era setembro de 1949. Cordeirópolis ainda sentia o frescor da emancipação conquistada no fim do ano anterior, em dezembro de 1948. A cidade começava a escrever sua história como município independente, e nada poderia simbolizar melhor essa nova fase do que uma festa popular — a primeira Festa de Santo Antônio realizada após a emancipação.

De acordo com registros do livro “Santo Antônio de Cordeirópolis“, de Mário Zocchio Pasotto (in memoriam), as celebrações aconteceram entre os dias 10 e 28 de setembro de 1949, e não em junho, como conhecemos hoje. Só em 1954 a data de junho seria consolidada oficialmente para as festas do padroeiro.
A festa da luz
Essa edição entrou para a memória como a primeira festa iluminada pela eletricidade na praça central. As ruas em frente à matriz ganharam intensidade e brilho sob a nova iluminação, que encantava moradores e visitantes. Era um marco: a fé se encontrava com a modernidade, e a praça transformava-se em palco de devoção e novidade tecnológica.
O vigário da época organizou os festejos com zelo, dividindo a paróquia em zonas, cada uma com seus festeiros. A corporação musical “Primeiro de Janeiro” animava todas as noites, desfilando pelas ruas até a igreja, onde era recebida com salvas de 10 tiros, um espetáculo de som e emoção.
As barracas, comandadas por professores, senhoras da sociedade e voluntários, davam sabor e cor ao evento:
- Bar – Professor Antonio Osório, Jacy Ribeiro, Amália Moreira, Angela Gambarotto e Zuleide Saad.
- Sorteio – Solidea Carandina, Isaura Vieira, Angelina Danesin e Rita Neves.
- Alumínio – Professor Bento Lordello, Sra. Cherubim Alves e Sra.
- Tiro ao Alvo – Professor Sebastião Ribeiro.
A tômbola, ponto alto da diversão, tinha à frente Dona Ondina Mosca, lembrada como uma das grandes colaboradoras da festa.

A comissão organizadora
À frente dos festejos estava uma comissão que reunia nomes de peso para o recém-criado município:
- Presidente: Aristeu Marcicano, o primeiro prefeito de Cordeirópolis.
- Vice-presidente: José Moreira, farmacêutico.
- Secretário: Adolfo Fratini, comerciante e vereador.
- Tesoureiro: Benedito R. Feres, coletor estadual e vereador.
Mais do que religiosos, aqueles festejos eram um marco de identidade e união de uma comunidade que começava a construir sua própria história.

O mesmo mês, outro marco: Cascalho se une a Cordeirópolis
Setembro de 1949 foi mesmo um mês histórico. No dia 10 de setembro, o bispo diocesano de Campinas, Dom Paulo, anexava oficialmente a paróquia de Cascalho à de Cordeirópolis, fortalecendo os laços espirituais e administrativos da cidade.
“Fazemos saber que estando legitimamente impedido (i.é ausente) do território de sua paróquia de Cascalho o Revmo. Pe Luiz Stefanello, e desejando nós prover às necessidades espirituais temporais dos fiéis da referida freguesia, havemos por bem anexa-la à freguesia de Cordeirópolis e em virtude disso encomendamos ap Revmo. Pároco que procure do melhor modo possível atender às necessidades espirituais da dita freguesia, como esperamos do seu zelo e solicitude”.
Um legado de fé e progresso
Assim, a festa de 1949 não foi apenas uma celebração religiosa. Foi um marco cultural e histórico: a primeira festa de Santo Antônio de Cordeirópolis após a emancipação, a primeira iluminada pela energia elétrica, e um símbolo da força de uma cidade que nascia.
Mensagem
E assim brilhou a primeira festa iluminada de Cordeirópolis, um clarão de fé que ainda aquece nossas memórias.
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